— Ah, não, ah, não, ah, não...!
Eu corria pelo calabouço, gritando desse jeito.
Me perseguindo estava um monstro de rank A, a Mula Sem Cabeça, sem uma cabeça, mas com chamas espalhadas pelo corpo.
Neste andar, havia várias Mulas Sem Cabeça vagando por ali, então eu vinha me movendo com cuidado para evitar ser notado. Mas, no fim, acabei sendo descoberto.
Por isso eu corria com todas as minhas forças, mas, sinceramente, parecia que estavam prestes a me alcançar.
— Ah.
Assim que murmurei isso, fui morto por um golpe corporal.
◆
— Huh...
Percebi que o tempo havia retrocedido, mas desta vez um cenário diferente se desenrolava.
Agora, eu estava prestes a sair da sala onde o baú do tesouro estava localizado.
No passado, toda vez que eu morria, voltava exatamente para o momento antes de ser atacado pelo Bugbear Blindado, o primeiro inimigo que encontrei.
Parece que o ponto de retorno foi atualizado.
Bem, para ser sincero, é um alívio não ter que enfrentar o Bugbear Blindado toda vez que morro, já que era realmente desmotivador.
No entanto, ainda preciso conquistar este novo andar para conseguir avançar mais. Tenho certeza de que novos desafios me aguardam.
◆
Por volta da 520ª tentativa.
Apesar de ter sido morto inúmeras vezes pela Mula Sem Cabeça, continuei explorando este andar diligentemente e aprendi algumas coisas.
Primeiro, não encontrei nenhuma escada que levasse para os andares superiores ou inferiores.
Em vez disso, o que encontrei foi…
— Um círculo de teletransporte, hã...
Bem na minha frente, havia um padrão geométrico no chão.
Provavelmente era um círculo de teletransporte que me levaria para outro lugar assim que eu pisasse nele.
— Tem um círculo de teletransporte aqui também.
Não havia apenas um.
— No total, são três círculos de teletransporte.
Para avançar, eu teria que pisar em um desses três círculos, mas não fazia ideia de qual era o correto. Mas isso não era um problema. Se escolhesse o errado, eu apenas morreria e voltaria ao ponto de retorno.
Sem hesitar, pisei no círculo de teletransporte bem na minha frente.
Fui transportado para um caminho reto.
Continuei andando.
Então, algo que não combinava com um calabouço apareceu.
— Uma garota...?
Porém, não era apenas uma garota.
Ela estava dormindo, cercada por uma barreira que parecia impedi-la de sair. Além disso, algo parecido com correntes estava enrolado ao redor do seu corpo.
— Linda...
Não consegui evitar murmurar.
A garota tinha um rosto refinado e pele clara, sendo excepcionalmente bela comparada a qualquer outra que eu já tivesse visto.
Ela usava um vestido com rendas brancas bem proeminentes.
Inconscientemente, estendi minha mão.
Um som tilintante, como vidro se quebrando, ecoou.
— Ah.
Dei um meio passo para trás, surpreso ao ver que a barreira havia se rompido tão facilmente.
Assim que a barreira se desfez, o corpo dela se moveu de repente.
E então, lentamente, ela abriu as pálpebras.
— Oh, foi você quem me acordou.
A voz dela me soou estranhamente familiar.
Ah, certo.
Aquela sombra que me concedeu a habilidade "Salvar e Resetar" pouco antes de eu ser atacado pelo Bugbear Blindado tinha uma voz assim.
— Foi você quem me deu a habilidade?
— Sim, fui eu.
Ela confirmou.
— ...Quem é você?
— Sou Agetha Tsubaki, a ex-heroína selada. E você?
Ex-heroína selada? O que isso significa? Pensei enquanto respondia.
— Eu sou Kiska.
— Kiska. Um nome bonito.
Dizendo isso, ela me observou como se estivesse me analisando.
— Ei, pode se abaixar um pouco?
— Hã?
Não entendi o que ela queria, mas segui o pedido.
— Hmmm.
Abri os olhos em surpresa.
Antes que eu percebesse, ela havia pressionado os lábios contra os meus.
— Ei, o que você pensa que está fazendo?
Afastei-a levemente enquanto falava.
— Pensei que fosse uma forma de agradecimento. Não é?
Ela inclinou a cabeça levemente.
Mais do que certo ou errado, eu simplesmente não conseguia entender o significado disso.
— O que você quer?
— Nada, na verdade... Ah, certo. Você quer sair do calabouço, não quer?
— Bem, sim, mas...
— Ótimo, então me siga. Eu vou te tirar daqui.
Dizendo isso, ela começou a andar na frente.
Honestamente, a presença dela era um tanto inquietante, mas se isso significava que eu finalmente poderia sair, parecia um sonho se tornando realidade.
Então, decidi confiar nela.
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