A causa da morte foi suicídio.
Ela havia se enforcado perto de onde eu estava dormindo.
— Ugh.
Incapaz de suportar, vomitei ali mesmo.
…Eu não entendo.
Ela morreu porque eu a rejeitei? Porque rejeitei alguém que me amava?
O que é isso…?
Parece que estou sendo culpado por alguma coisa.
— Eu não entendo.
Murmurei.
Queria deixar claro que não era minha culpa.
Sim, isso parecia mais um acidente.
Depois disso, tirei-a dali. Como era um cadáver, estava muito pesada.
Na realidade, ela deveria ser enterrada, mas não havia um lugar assim na masmorra, então a deitei na cama.
Então, saí do esconderijo.
Logo depois, fui cercado por vários monstros.
Tinha chegado até aqui com a ajuda de Agetha.
Agora que Agetha se foi, não havia como eu passar por eles, e no fim, tive uma morte horrível.
◆
— Ugh.
Recuperei a consciência e percebi que havia voltado ao ponto de morte.
Estava dentro da sala com o baú do tesouro.
Não pude evitar sentir um peso no peito.
Por causa da minha escolha, uma garota tirou a própria vida.
O que eu deveria ter feito?
Deveria ter aceitado o amor dela?
Mas eu tenho Namia. Escolher Agetha enquanto Namia ainda está no meu coração seria desonesto, certo?
Não… Namia já está morta.
Desonestidade nem importa mais.
Objetivamente, acho Agetha fofa e não me incomodo com o carinho dela por mim.
Então, eu deveria ter aceitado Agetha.
Sim, foi aí que eu errei.
Quando me dei conta, já estava diante da barreira onde ela estava selada mais uma vez.
Estendi a mão de novo.
Assim como antes, a barreira se despedaçou.
Dava para dizer que foi fácil demais.
Dessa vez, eu a aceitaria.
— …Quem é você?
Ela despertou de repente e perguntou.
— Eu sou Kiska.
— Kiska, é? Nunca ouvi falar de você. Mas por quê, hein? Você tem um cheiro desagradável.
O que é essa sensação…?
A pessoa diante de mim parecia completamente diferente de Agetha.
Mesmo que devesse ser Agetha.
— Você é Agetha?
Então, fiz essa pergunta.
— Entendo. Então, não é a primeira vez que nos encontramos.
Ela falou como se tivesse acabado de entender algo.
Faz sentido. Se eu, que supostamente estava encontrando ela pela primeira vez, já sabia o nome dela, então, considerando o conhecimento que ela tem da habilidade “Salvar & Resetar”, ela poderia assumir que nos conhecemos antes da minha linha do tempo ser reiniciada.
— Pelo que percebo, no nosso encontro anterior, você tomou ações hostis contra mim. É por isso que tem esse cheiro desagradável.
— Espera, é um mal-entendido. Eu não sou seu inim—
Não consegui terminar a frase.
Ela segurou minha garganta.
— Ouça com atenção. Não pense que tudo voltará ao normal só porque você morreu. Até na morte, suas ações ficam gravadas em sua alma.
— Quem é você?
— Não vou revelar minha verdadeira identidade para alguém tão perverso quanto você.
— Me deixe falar com Agetha.
— Não, eu não vou. Agetha te rejeitou.
O quê…?
O que está acontecendo…?
— Vou te dar um aviso. Fique longe de Agetha.
Ao murmurar isso, ela quebrou meu pescoço.
◆
— Eu… eu não entendo.
Recuperei a consciência e percebi que havia voltado da morte.
Fui morto por alguém que tinha a aparência de Agetha.
As palavras “Não se envolva com Agetha de nenhuma forma a partir de agora” ecoavam na minha cabeça.
Entendi. Se é assim, não vou voltar para Agetha e não vou libertá-la do selo. Está bom assim?
Porém, atravessar a masmorra sem a ajuda de Agetha seria difícil.
Pensando nisso, parecia que eu precisava encontrar outro caminho.
— Talvez eu devesse tentar pisar em outro círculo de teletransporte.
Além do círculo que levava até Agetha, havia mais dois.
Pisar em um deles poderia levar a algo que me tirasse dessa situação.
Com essa determinação, pisei no segundo círculo de teletransporte.
◆
O lugar para onde fui teleportado também tinha um caminho reto à frente, então continuei andando.
Logo, avistei algo no meu campo de visão.
Havia uma mesa, cadeiras e uma garota sentada em uma delas.
Ela vestia um traje chamativo, lembrando uma jovem nobre.
— Oh, que incomum. Invasores entrando aqui.
Ela disse, enquanto tomava chá.
— Uh…
Fiquei perplexo com seu comportamento, que não combinava nada com uma masmorra.
Quem diabos era ela?
— Então, o que o traz a um lugar como este?
Ela perguntou, olhando na minha direção.
— Eu… estou procurando a saída para sair da masmorra.
Decidi responder com sinceridade, esperando que ela pudesse me dizer onde era a saída.
— Entendo…
Ela fez um gesto como se compreendesse.
E então—
— Que desrespeito. Sua atitude não parece apropriada para comigo, a grande Vampira Ancestral, Judite.
— ―Hã?
Antes que eu percebesse, ela já estava bem na minha frente.
E então, ela enfiou uma lâmina carmesim em mim.
— Pague por esse pecado com a morte.
Ao ouvir essas palavras, minha consciência se apagou.
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