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Chapter 3: Vou Fazer um Pouco de Turismo Leve. Não Tenho Arrependimentos

 — Kuu... Mas que diabos?

Embora meu corpo fosse invencível no outro mundo devido a um grande número de habilidades de banimento, neste "mundo branco", onde todas as habilidades eram ineficazes, eu era apenas um ser humano. Se eu levasse uma pancada na cabeça com um livro grosso, iria doer e meus olhos ficariam cheios de lágrimas.


Abaixei-me, segurando a cabeça, e olhei para os meus pés... Havia um livro a mais, que tinha acabado de cair na minha cabeça... Parecia o mesmo livro branco e simples, mas duvidava que o conteúdo fosse o mesmo.

— ... Você quer que eu leia? Oh?

Peguei o livro branco e abri a capa. O livro, na verdade, era uma caixa oca com uma chave de ouro delicadamente trabalhada dentro.

— Uma chave? É assim que se usa?

Era uma caixa sem nome, mas havia um texto escrito na parte de trás da capa. Segundo ele, isso era um serviço de "comemoração do banimento completo". …Tem que ter outro nome para isso, certo? Bom, tanto faz. O importante é…

[Você pode usar essa chave para abrir a porta para qualquer mundo que desejar. Ao usar esta chave na porta desse mundo, você retornará para lá. A chave desaparecerá e a porta do mundo se abrirá. Agora, revisite seus lugares mais memoráveis e se motive para seguir em frente!]

— Que serviço que eu não quero…

Era como querer apenas beber um copo d’água porque estava com sede, mas acabar recebendo uma montanha de refeições completas. Sabe, Deus? Esse negócio de serviço não solicitado é pura imposição, viu?

— Hã, beleza. Essa condição pode ser cumprida indo para o mundo apropriado e voltando imediatamente… Então, o que eu faço?

Se eu quisesse sair logo, poderia passar por qualquer porta. Se fosse assim, eu poderia simplesmente abrir a porta 001 que estava bem ao lado… Mas as memórias que voltaram à minha mente me fizeram parar.

— … Foi difícil.

A primeira porta, o primeiro mundo. Um mercenário mediano e faz-tudo... Um trabalhador braçal que lidava mais com a exterminação de bestas mágicas perigosas do que com pessoas... Eu finalmente tinha chegado ao ponto em que poderia ser chamado de profissional completo, mas, claro, minha habilidade real não era tão grande assim.

A primeira habilidade de banimento que recebi foi "Criador de Bandeiras Acidentais", que ganhei por um motivo ridículo: fui invocado à força do mundo onde nasci. Isso me deu a chance de entrar no grupo do herói, mas era só isso.

Eu não tinha nenhuma habilidade especial ou talento que garantisse a confiança das pessoas, então lutei para acompanhar o grupo do herói por pelo menos seis meses e evitar ser expulso… No final, acabamos viajando juntos por um ano e meio.

É, fiz um bom trabalho. Eu nem sabia como voltaria para cá depois de ser expulso, então tomei muito cuidado para garantir que minha expulsão ocorresse em um lugar seguro. …Bem, até que um incidente arruinou isso.

— No fim das contas, nunca fiquei mais tempo que isso em um mundo. … Então, o que aconteceu depois que eu saí?

Olhei para o número gravado abaixo da porta e parecia que cerca de dez anos haviam se passado desde que fui banido desse mundo. Em dez anos, o Rei Demônio provavelmente já teria sido derrotado e o mundo estaria em paz.

— Então isso significa que o herói agora é rei? Ugh, não quero encontrá-lo…

O riso orgulhoso do herói veio à minha mente. Achei que isso fosse só porque era o primeiro mundo, mas ser príncipe do maior país do mundo e herói ao mesmo tempo era exagero. Bem, parecia que os heróis eram escolhidos pelos deuses, então qualquer deus que invocasse pessoas à força com certeza teria como alvo alguém assim.

— Ah, tanto faz. Provavelmente sou mais forte que ele agora, e mesmo que seja rei, ele nunca me verá. Já que passei por tudo isso, seria um desperdício sair logo. Vou dar uma volta na capital e depois volto.

Se estivessem vendendo pãezinhos temáticos do herói ou algo assim, compraria alguns. Com esse pensamento leve, inseri a chave na porta 001 e a girei até ouvir um clique. Então, a chave dourada brilhante começou a desvanecer e, à primeira vista, dava para ver que tinha perdido seu poder.

— Entendi, ela se quebra depois de usada uma vez. Agora, vamos ver como esse mundo ficou depois de 10 anos.

Ao sair pela porta, ela desapareceu atrás de mim, e fui lançado em um campo familiar. Com as memórias vagas voltando, virei e vi uma cidade consideravelmente grande… Bem ali.

Ativei todas as habilidades de banimento que podia usar desde que entrei no outro mundo. Primeiro, [Invisível], que criava uma poderosa barreira física, e depois [Sabão Mágico], que absorvia e anulava ataques mágicos. Vou deixá-las sempre ativas…

Peguei uma espada de aço bem conservada da Caixa do Estranho e a prendi na cintura. Eu tinha espadas sagradas e mágicas, mas eram feitas para os mais fortes do mundo, então não eram boas para alguém como eu.

Por isso, era ótimo ter uma espada sem características especiais. Ela nunca chamava atenção, pois existia em todos os mundos e era usada por todos. De certa forma, isso a tornava ainda mais confiável.

— É, gosto de aço bem forjado. Não importa como eu o use, sempre se encaixa perfeitamente na minha mão… Talvez eu faça mais algumas se tiver uma forja para alugar.

Provavelmente havia umas 300 dessas na Caixa do Estranho, mas nunca era demais ter um estoque. Eu conseguia dinheiro fácil agora… Hmm?

— O que é aquilo?

Inclinei a cabeça, murmurando para mim mesmo. A cidade que eu via ao longe parecia estar em caos.

— Meu Deus! Não me diga que foram atacados por uma besta mágica!?

Ativei minha habilidade de banimento [Corrida de Hermes], e a cidade que parecia distante rapidamente se aproximou. Quando cheguei lá, vi que metade das muralhas de pedra estavam destruídas, e quase todos os edifícios dentro estavam em ruínas.

— Espera aí, essa cidade não deveria ser enorme? O que é isso…?

Pelo estado das construções, fazia um ou dois anos desde que foi destruída. Pensei primeiro em uma guerra entre humanos…

— Ei, você aí!

Uma voz inesperada me chamou. Virei a cabeça e vi um velho de roupas esfarrapadas, carregando uma grande sacola nas costas, saindo das sombras dos escombros.

— O que diabos você está fazendo aqui?

— O que você quer dizer? …Não, melhor, se sabe de algo, me diga. Por que essa cidade está destruída?

— O quê? Do que está falando? Já fazem dois anos desde que essa cidade foi invadida e destruída pelo exército do Rei Demônio.

— ………Ha?

As palavras do velho me fizeram soltar um som incrédulo.

— O exército do Rei Demônio?! O Rei Demônio ainda está vivo?

— Não só vivo, como tem causado estragos há mais de dez anos. Como você não sabe disso?

— Esse tempo todo...? Não são apenas remanescentes, mas ele governa há dez anos…?

— E quanto ao herói? O que aconteceu com ele?

— Claro, ele morreu há cinco anos.

— Morto… Alexis está morto…?

A imagem do herói sorridente em minha memória se estilhaçou.

— E o resto do grupo do herói?

— Todos mortos. Isso é óbvio, não?

O velho falou com um tom de confusão. A única coisa que pude fazer foi ficar ali, paralisado... diante de palavras que não podiam ser mal interpretadas de jeito nenhum.



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