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Chapter 48: Por favor, torture meu pai!

 Capítulo 48 – Por favor, torture meu pai!

Uma das formas do Marionetista, <Predador Impiedoso>, parece crescer à medida que consome mais — e ainda está ficando maior.

— Ei, Marionetista, tudo bem se eu me afastar daqui por um tempo?

— Sim, claro, Mestre!

Vi o Marionetista assentir em resposta e então voltei meu olhar para Darga.
Darga já parecia em estado de choque, tremendo de medo.

— Ei, Darga, levanta.

Mesmo com a ordem, Darga apenas tremia, sem reagir.
Então comandei de forma mais firme:

— Levanta!

— S-sim, sim! — Darga se levantou como se tivesse levado um susto.

— Me leve até a casa do chefe da vila.

— Hã?

— Não responde. Não pensa. Só faz o que eu mando.

— S-sim! Ele deve estar por aqui!

Darga, agora completamente constrangido, disse isso e seguiu à frente.
Fui logo atrás dele.

Nosso destino era a Guilda dos Aventureiros.
Eu sabia da existência dela, mas nunca tinha entrado.
Não tinha nenhum motivo específico pra ir lá antes.

O interior da guilda estava agitado.
Provavelmente estavam discutindo como lidar com o <Predador Impiedoso>.
O Chefe da Vila, Rizlut, estava à mesa central, aparentemente discutindo com outros aventureiros.

— Anda logo e derrota aquele monstro!

— Já falei que é impossível! Além disso, devíamos pedir reforços pra uma guilda próxima!

— Droga, a gente já mandou pedido de reforço faz tempo, seu inútil!

Em meio aos gritos, alguém abriu caminho à força.

— Por favor! Me ajudem!

Era Darga, que vinha andando na minha frente.

— Esse cara de cabelo prateado se aliou ao monstro pra atacar a vila! Por favor, eu imploro! Matem ele agora!

Ele se lançou até os aventureiros, implorando por ajuda.

— Ei, não é o Kiska?

— O Kiska não tinha sido banido pro fundo da masmorra?

— Ué, o que ele tá fazendo aqui?

Ao notarem minha presença, começaram a expressar dúvidas e a me encarar com desconfiança.

— É verdade que esse cara soltou monstros na vila?

— Ah, é sim. Eu vi ele comandando os monstros!

Em resposta à pergunta do Chefe Rizlut, Darga respondeu com convicção.

— Hahaha, não tem como um cara desses controlar monstros.

— Mesmo que me digam que um fazendeiro inútil desses invoca monstros...

— Vai ver o filho do chefe da vila enlouqueceu de medo.

Começaram a rir e conversar como se não fosse nada.
Mesmo eu sabendo que <Predador Impiedoso> não era um monstro de verdade, pra eles isso não importava.

— Escuta aqui, Chefe da Vila.

Ignorando a confusão ao redor, falei com ele diretamente.

— Você me baniu pro fundo da masmorra com acusações falsas. E sabe muito bem que foi seu próprio filho quem estuprou e matou a Namia, não eu.

— O-o que você tá dizendo?

— Alguém, parem esse cara!

Antes mesmo de terminar de falar, o Chefe da Vila ordenou aos aventureiros ao redor.
Eles tentaram avançar contra mim, mas desviei com calma e continuei falando.

— Meu único motivo pra vir aqui é me vingar de todos vocês.

— Que bobagem você tá falando?

Quando Rizlut começou a responder, foi interrompido.

— Esse cara voltou das profundezas da masmorra e ainda trouxe monstros com ele! Matem ele agora! Ele é perigoso!

Quem interrompeu foi Darga, com um grito cheio de pavor.
Parecia que, ao ouvir aquilo, os aventureiros finalmente entenderam a gravidade da situação — um humano que deveria estar banido nas profundezas voltando à vila... isso dizia muita coisa.

— Ei, alguém imobiliza esse homem agora! Se for preciso, matem ele!

O Chefe Rizlut ordenou, e os aventureiros se armaram na mesma hora.

— Hahaha, que pena, Kiska! Você até pode ter sobrevivido à masmorra e ficado mais forte, mas não tem chance contra esse monte de aventureiros. Seu destino tá selado. Adeus!

Darga, se sentindo protegido pelos aventureiros, zombou de mim.
Parecia mesmo improvável que eu vencesse tantos assim... Mas por que não testar isso?

Então a batalha começou.
Vieram pra cima de mim sem hesitação, empunhando armas e gritando insultos tipo "Morra!" ou "Vai pro inferno!"
Em resposta, segurei a <Espada Flamejante> e me preparei pra lutar.
E o que me passou pela cabeça foi:

— Comparado às lutas contra monstros da masmorra, isso aqui é fácil demais.

Quando eu enfrentava vários Bugbears Blindados e Armaduras Vivas Douradas, era bilhões de vezes mais difícil que isso.
Pensando nisso, derrotei todos os aventureiros rapidamente.

— Ei, o que tá acontecendo? Por que vocês estão todos no chão? Ele é só um cara! Isso não faz sentido!

Os gritos de Darga ecoaram.

— Então, o que você disse antes mesmo? "Não tem como vencer tantos aventureiros assim", era isso? Hã? Que estranho, né? Ainda consegue dizer a mesma coisa agora?

— U-uh, bem...

Tanto Darga quanto o Chefe da Vila estavam apavorados.
Ah, pensei que tinha sentido um cheiro ruim.
Esses dois se borraram de novo.

— Que tal brincarmos um pouco?

— Uma... brincadeira?

O Chefe murmurou.

— É. Que tal isso: eu vou torturar só um de vocês. E vocês dois decidem qual vai ser. Vamos lá, discutam aí e escolham qual dos dois vai ser torturado.

Eles eram pai e filho.
Achei que fosse ouvir algo do tipo “Não importa, faça o que quiser comigo. Só não machuque ele.”
Mas...

— Você que devia ser torturado! A culpa é sua por tudo isso, você matou a Namia!

— Para de enrolar! Foi você quem armou pra cima do Kiska! Então a responsabilidade é sua, pai!

— Eu fiz isso pro seu próprio bem!

— Então aguenta essa tortura pelo meu bem!

Os dois começaram a brigar, gritando e trocando socos.
Uma luta patética, no mínimo.
Trocavam insultos e se embolavam numa briga bem feia.
Assistir aquilo era absurdo e até um pouco engraçado, mas não diminuía a raiva que eu sentia.

— Se não decidirem em dez segundos, vou torturar os dois.

E comecei a contar:

— Dez, nove, oito...

A briga dos dois ficou ainda mais feia.

— Você que devia ser torturado!

— O pai que devia ser!

Enquanto brigavam, anunciei:

— Zero.

— Que pena. Parece que vou ter que torturar os dois.

Não dava pra evitar se não conseguiam decidir, então resolvi torturar os dois.

— Me desculpe! Meu filho causou muitos problemas dessa vez! Eu peço perdão, então por favor, ao menos me poupe!

Foi uma reverência magnífica.
A testa dele tocou o chão, e os cotovelos formaram um ângulo de noventa graus perfeito.
Ninguém mais no mundo tava fazendo uma reverência tão bem-feita quanto aquela.
Foi realmente uma performance digna de aplauso.

— Não me importo com o que acontecer com meu filho. Então, por favor...! Ao menos me poupe! Eu imploro!

— Pai! Seu traidor desgraçado!

Fiquei profundamente comovido.
O Chefe da Vila tinha se curvado e traído o próprio filho.
Essa cena grotesca era única no mundo — e por isso senti que devia responder à altura.

— Tudo bem. Vamos considerar o pedido do Chefe da Vila.

— O quê!?

Ao ouvir isso, Darga gritou como se não acreditasse.
Sem perder tempo, ele também agiu.
Sim, assim como o pai, ele também se ajoelhou.

— Me desculpe! Eu que devia pedir desculpas, então por favor torture meu pai!

Não tinha como esse argumento ser aceito.
Fazer isso uma vez até tinha impacto, mas tentar de novo? Sem chance.

— Darga! Não tem como isso funcionar!

Tá vendo? Até o pai dele disse isso.

— Chefe da Vila, vamos amarrar ele com uma corda agora. Por favor, coopere.

— Entendido!

Dito isso, como Darga tentou fugir, o capturamos à força e, com a ajuda do pai dele, o amarramos a um pilar.

— Pai! Eu vou te odiar pelo resto da vida! Maldito!

Darga gritava insultos desesperados, mas seu pai nem se importava.

— Muito bem, Chefe da Vila. Agora siga minhas instruções e execute seu filho.

— Eu? Executar ele?

— Se não quiser, então...

— Não, eu vou fazer! Por favor, me deixe fazer isso!

Eu tava pensando em dizer “Nesse caso, o Chefe da Vila vai ser torturado no lugar”, mas ele me interrompeu, insistindo com tanta força que me deixou até sem fala.

— Tudo bem, então. Por favor, prossiga.

Entreguei uma faca para o Chefe da Vila.

— Vamos começar cortando todos os dedos dele.

E com isso, o Chefe começou a torturar o próprio filho.

— Foi por sua causa, seu maldito, que estamos nessa situação! Demonstre algum arrependimento, seu lixo!

Enquanto esbravejava, o Chefe da Vila continuava a cortar o filho com a lâmina.

— Aaargh!

Enquanto isso, o filho gritava e de vez em quando soltava:

— Pai, eu juro que vou te matar depois!

A tortura do pai contra o filho durou várias horas.
Assisti a tudo, pensando:

— Por que os humanos são tão nojentos?


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