Capítulo 52 – Solidificando minha direção futura
— Hm...
Eu não sabia o que dizer.
Quando achei que tinha liberado o selo da Agetha, ela falou algo assim:
— Você sabe quem eu sou?
— Hm, você tá com amnésia?
— Amnésia... Bem, considerando a situação atual, acho que essa palavra se encaixa.
Amnésia.
Eu já tinha ouvido falar disso antes, mas era a primeira vez que via de perto.
— Eu sei o seu nome. Você se chama Agetha Tsubaki.
— Agetha Tsubaki... Por algum motivo, esse nome não me soa familiar. E onde é que a gente tá?
— Aqui é dentro de uma masmorra.
— Uma masmorra? O que é isso?
— Hm... é um labirinto onde moram monstros.
— Monstros? O que são monstros?
— São criaturas que atacam humanos.
Ser bombardeado com perguntas desse tipo estava ficando um pouco cansativo.
— Hmmm, parece aquelas histórias em que alguém vai parar num mundo de videogame. Será que isso é uma pegadinha?
Eu não conseguia entender bem o que a Agetha queria dizer com aquilo.
— Mas fazer uma pegadinha tão elaborada assim... acho que deve ser real, afinal de contas.
Enquanto dizia isso, ela passava a mão pelas paredes da masmorra.
— E qual é o seu nome?
Ela se virou pra mim e perguntou.
— Eu sou o Kiska.
— Kiska, hein. Ei, Kiska, nome maneiro. Você pode ser o meu tipo.
Assim que ela falou isso com um olhar travesso, não consegui evitar um arrepio. Sinceramente, preferia que ela não gostasse de mim.
— Então, Agetha, você lembra de mais alguma coisa?
— Não tenho certeza... Lembro de palavras, como essas. Mas não consigo lembrar quem eu sou ou o que eu tava fazendo.
— Você sabe algo sobre a Marionetista da Espada Parasita?
— A Marionetista da Espada Parasita...
Ela repetiu o nome como se estivesse desenhando as palavras na mente. E então ela sussurrou.
— Eu conheço, sim.
— Sério?
Não consegui esconder minha surpresa.
— E-espera aí. Quando digo que conheço, é mais no sentido de já ter ouvido esse nome em algum lugar. Então, desculpa. Eu não sei muitos detalhes.
— Entendi.
— Mas, é... Marionetista da Espada Parasita. Tenho a sensação de que esqueci de algo importante sobre isso, mas... desculpa. Ainda não consigo lembrar.
O que será que era essa coisa importante?
Talvez, se essa memória fosse a chave pra transformar a Marionetista em humana, isso ajudaria muito.
Se eu tivesse certeza disso, queria mesmo ajudar a Agetha a recuperar as lembranças.
— Mais importante, Kiska, não adianta ficar parado aqui pra sempre. Vamos seguir em frente.
— Você tem razão.
Então, com ela na frente, seguimos explorando a masmorra.
Enquanto isso, eu pensava.
Será que era mesmo certo continuar explorando a masmorra desse jeito com ela?
Eu tinha uma esperança de que, se ela recuperasse a memória, poderia lembrar de algo sobre a Marionetista. Mas eu não fazia ideia de como recuperar as memórias de outra pessoa. E mesmo que lembrasse de tudo, não tinha garantia de que ela saberia como transformar a Marionetista em humana.
Sussurrei baixinho:
— Talvez seja melhor confiar na Vampira Judite...
Agetha se virou e perguntou:
— Disse alguma coisa?
Mas eu só balancei a cabeça, negando.
Se a Agetha estava mesmo com amnésia, as chances de ela me atacar por entrar em contato com a Vampira Judite eram quase nulas. Então, confiar na Judite parecia a opção mais segura.
Foi assim que, em silêncio, eu firmei meu plano para o futuro.
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