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Chapter 55: Banho

 Capítulo 55 – Banho

Depois disso, a exploração da masmorra com a Agetha seguiu sem problemas.
Com nós dois trabalhando juntos, eu sentia que poderíamos derrotar qualquer monstro que aparecesse no nosso caminho.

— Vamos usar esse esconderijo hoje?

— É, tudo bem.

Apontei para um dos esconderijos que tinha conhecido através da vampira Judite. Enfrentar monstros era realmente cansativo, e embora pudéssemos continuar avançando na masmorra, era melhor não exagerar, especialmente com a Agetha comigo.

— Uau, é bem espaçoso aqui dentro.

Assim que entrou no esconderijo, Agetha comentou sobre o tamanho. De fato, era maior do que os outros esconderijos que havíamos encontrado. Tinha sofá, mesas, cadeiras e outros móveis. Até tinha um banheiro. Quando olhei com curiosidade, encontrei um slime morando lá. As instalações aqui eram surpreendentemente parecidas com uma casa comum.

Pensando bem, a Judite sempre foi meio exigente com essas coisas, tipo beber sangue em xícaras de chá. Provavelmente ela teve bastante cuidado ao preparar esse esconderijo.

— Ah, certo, precisamos preparar algo pra comer.

Dizendo isso, Agetha se levantou do sofá e tirou um pedaço de carne de monstro da sua caixa de itens.

— Agetha, você deve estar cansada. Eu cuido disso, pode descansar.

— Não, não me importo. Quero ajudar.

Ela insistiu em ajudar, então preparamos a refeição juntos. Essa era a segunda vez que passávamos um tempo nesse esconderijo e também a segunda vez que cozinhávamos juntos, então Agetha ajudou de forma bem eficiente.

Embora fosse uma refeição simples, usamos pedras mágicas de monstros para acender o fogo e colocamos a carne na chapa de ferro que havia no esconderijo. Temperamos com sal e pimenta, e como hoje tínhamos encontrado uma área com ervas medicinais, decidimos cozinhar algumas também.

As ervas medicinais eram conhecidas por suas propriedades curativas, e também eram usadas na culinária, então resolvemos experimentar.

— Isso aqui tá bem gostoso!

Depois de dar uma mordida, Agetha comentou.

— Sério? Achei que ia ficar meio sem graça, o tempero tá simples.

— Não, não é isso! Comer uma refeição quentinha assim me deixa bem feliz.

Dizendo isso, Agetha sorriu. Ver ela curtindo a comida teve um efeito estranho em mim. Era um prato simples que eu já tinha comido muitas vezes, mas hoje... parecia mais gostoso que o normal.

— Se tivesse um banho aqui, seria perfeito.

Agetha, que tinha acabado de comer e estava relaxando no sofá, soltou essa do nada. De fato, o esconderijo tinha cama, sofá... a única coisa que faltava era um banho. Quando eu explorava a masmorra sozinho com a Marionete, nem me preocupava com isso. Mas... quando estive com a vampira Judite, como fazíamos?

— Ah, agora que pensei, pode ser que tenha sim um banho.

Enquanto me lembrava, vagamente recordei de ter tomado alguns banhos com a Judite.

— S-sério!?

Os olhos da Agetha brilharam enquanto ela perguntava com empolgação.

— Bom, não tenho certeza se tem nesse esconderijo, então não cria muita expectativa, tá?

Disse isso enquanto explorava mais o lugar. Ah, aqui tem uma porta. Quando abri, encontrei uma banheira de madeira.

— Yay, um banho!

Agetha espiou por cima do meu ombro e comemorou animada.

Para preparar o banho, eu precisava usar pedras mágicas de atributo água e fogo. As pedras mágicas extraídas de monstros geralmente vinham em quatro tipos: luz, fogo, água e vento. As de luz serviam para iluminação, as de fogo para aquecer ou acender fogo, as de água geravam água e gelo. As de vento eram usadas como fonte de energia para várias ferramentas, gerando vento.

Então, para um banho ou uma geladeira, as pedras de atributo água eram indispensáveis. Com isso em mente, comecei a preparar o banho usando as pedras mágicas.

— Agetha, você pode entrar primeiro.

Quando terminei de preparar tudo, falei isso pra ela.

— Ah, não, tudo bem. Você deveria ir primeiro, Kiska.

— Não precisa se preocupar. Vai lá, entra primeiro.

— Se você insiste... então vou primeiro.

Agetha, ainda um pouco relutante, aceitou e foi pro banho. Sem muito o que fazer enquanto ela estava lá, resolvi me jogar no sofá e relaxar um pouco.

— Aaaaahhh!

Assim que me sentei, ouvi um grito vindo do banheiro.

— O que foi!? Agetha!

Entrei em pânico e corri pra abrir a porta. Lá estava a Agetha, caída no chão.

— Ah, é que... a água estava mais quente do que eu esperava e me assustei.

— Ah, entendi.

Que alívio. Achei que tivesse acontecido algo sério com aquele grito.

— Ahm... Kiska, é meio embaraçoso se você ficar olhando...

— Ah, foi mal.

Virei o rosto rapidamente. Não tinha intenção de olhar, mas de fato vi mais do que devia. O corpo delicado da Agetha, seus seios não tão grandes mas com aparência suave, e outras partes íntimas... acabaram entrando no meu campo de visão.

— Bom, mesmo que o Kiska me veja, não é como se eu me sentisse mal com isso.

Que comentário misterioso. Quis perguntar o que ela queria dizer com aquilo, mas segurei a curiosidade.

— Acho que só errei na temperatura da água mesmo.

Pra mudar de assunto, soltei isso por enquanto. Provavelmente foi culpa minha ao ajustar a pedra mágica de fogo.

— Se usar uma pedra de atributo água, dá pra deixar a temperatura ideal.

— Ahm, será que posso te pedir uma coisa? Eu não entendo muito bem como usar essas pedras...

— ...Claro, sem problema.

Assenti e peguei a pedra de atributo água. Manipulando o poder mágico contido nela, dava pra gerar um efeito de resfriamento. Se colocasse a pedra no banho desse jeito, a temperatura deveria ficar perfeita.

No entanto, a água não esfriava imediatamente, então era preciso esperar um pouco. Esse tempo de espera era bem constrangedor porque, se você olhasse para o lado, veria Agetha, pelada. Tentei não prestar atenção, mas era impossível não estar consciente disso.

— Ei, Kiska.

— O-o quê?

Ela falou comigo de repente, e eu gaguejei na resposta.

— Já que você me viu pelada, deve estar excitado, né?

Ela acertou em cheio.

— E se eu estiver?

Mas eu não podia simplesmente admitir, então respondi de forma indiferente, tentando disfarçar.

— Se Kiska quiser olhar, pode ver mais, se quiser.

Ela sussurrou bem de leve no meu ouvido. Na mesma hora, alguma coisa dentro de mim se quebrou. Virei-me e encarei o corpo nu da Agetha. Coloquei minha mão no ombro dela e respondi:

— Você não se importa com o que pode acontecer.

Em resposta, Agetha assentiu, me deixando com a dúvida: “Será que isso tá mesmo certo? Tô preocupado com o que acabei de dizer.” O que eu faço agora? Será que roubo um beijo? Pensei nisso enquanto olhava para os lábios dela.

Notei que seus lábios tremiam levemente. Além disso, o rosto dela estava super vermelho, era óbvio que ela estava muito nervosa. O que é que eu tô fazendo? Tentei recuperar a compostura. Por que tô tentando fazer uma besteira dessas?

Então, belisquei levemente a bochecha dela e disse:

— Não provoca tanto os adultos.

— Ah.

Ela soltou um som esquisito, e nesse momento, a água já estava fria o suficiente.

— É isso, Kiska. Boa noite.

— É, boa noite.

Deitei no sofá depois de colocar a Agetha na cama. Apesar de estar cansado da exploração no calabouço, eu não conseguia dormir. Talvez fosse por causa do clima estranho no banho com a Agetha mais cedo. Não, isso era parte, mas havia outro motivo bem mais forte.

Tinha me lembrado daquele pesadelo de antigamente. Quando eu ainda era novo em explorações, a Agetha tentou me atacar. Eu a rejeitei, e ela entrou em desespero... acabou tirando a própria vida. Agora, eu não conseguia evitar o medo de que, assim que eu dormisse, ela viesse e tentasse me atacar de novo.

Se isso acontecesse... provavelmente eu aceitaria. Afinal, se eu a rejeitasse e ela acabasse tirando a própria vida de novo, acho que eu enlouqueceria. Além disso, achei ela fofa desde o momento em que pus os olhos nela. Não havia nada mais bonito no meu coração do que Agetha.

Nosso relacionamento também era ótimo. Então, não havia motivo para recusar. Fiquei repetindo isso pra mim mesmo, mas mesmo assim estava inquieto. No fim das contas, não consegui dormir, e quando percebi, já era hora de acordar.

Sim, no fim, Agetha não veio me atacar.

— Kiska, agora que olho bem, você tá com olheiras. Será que não dormiu direito?

— Ah, é, verdade. Fiquei pensando em como conquistar o calabouço…

— Entendo. Mas não é bom continuar assim cansado. Talvez você devesse dormir mais um pouco?

— É, tem razão. Vou dormir mais um pouco.

— Tudo bem. Boa noite.

Deitado na cama, fiquei pensando na situação. Isso não tá certo; eu tava todo agitado só porque uma garota bonita dormiu perto de mim. Que delírio mais vergonhoso.

— Eba! Olha, Kiska, consegui!

Agetha expressou a alegria pulando pra lá e pra cá depois de derrotar o monstro. Em seguida, veio até mim e ficou me encarando, esperando alguma coisa. Era o jeitinho dela de pedir carinho.

— Agetha, você foi incrível.

— Hehe.

Quando fiz um cafuné nela, ela relaxou e curtiu, igual a um bichinho fofo.

— Mas... como a gente chegou tão rápido até a sala do chefe?

— Pois é, impressionante mesmo.

Enquanto falávamos, olhamos juntos para a grande porta onde o chefe do andar nos esperava.

— Kiska, a gente vai entrar agora na sala do chefe?

— Não, tem só um lugar que quero conferir antes.

— Um lugar pra conferir?

Eu tinha certeza de que havia uma alavanca por ali que levava a uma sala secreta. Ali está.

— Uau! Uma sala secreta num lugar desses! Kiska, você sabe de tudo, você é incrível!

— Ei, você tá me elogiando demais. Se continuar assim, vou ficar convencido.

Aliás, eu também estava bem animado.

— Mas é sério, Kiska, você é incrível. Nunca conheci alguém tão incrível quanto você.

— Você esqueceu que tem amnésia? Nem lembra de conhecer outra pessoa além de mim e tá dizendo isso?

— Ah, é mesmo. Tô com amnésia, então só conheço o Kiska.

— Sua esquecida.

Enquanto brincávamos, chegamos até o local onde o baú do tesouro estava. Dentro dele havia um item chamado “Cristal da Sabedoria”, que dá uma habilidade aleatória ao ser aberto.

— Quando você abre esse baú, ganha uma habilidade. O que a gente faz? Agetha pode abrir, se quiser.

Eu já tinha aberto um “Cristal da Sabedoria” antes e peguei a habilidade “Espadachim”. Eticamente falando, agora seria a vez da Agetha.

— Eu tô bem. Kiska, pode abrir.

Como esperado, Agetha me ofereceu o direito de abrir.

— Não precisa se segurar.

— Hmm, não é por segurar... só tenho a sensação de que não consigo adquirir mais habilidades depois dessa.

— Sério?

De fato, existe um limite de cinco habilidades por pessoa. Agetha é uma heroína, então não seria estranho ela já ter atingido esse limite.

— Bom, nesse caso... desculpa, mas vou abrir, então.

— Vai fundo. Não precisa se preocupar.

Com isso, abri o baú.
Agora, qual será a habilidade que eu vou conseguir...?

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Habilidade adquirida: “Voto”.
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— Hmm?
Que tipo de habilidade é essa, “Voto”?

— Que habilidade você pegou?

— É uma habilidade que não serve pra batalha.

Bom, não sei exatamente o que ela faz, mas dá pra dizer que não vai ter utilidade em combate.

— Que pena.

— Ah, é aleatório, então não tem o que fazer.

Pra ser honesto, já tô satisfeito com as habilidades que tenho agora. Com a Agetha do meu lado, a gente deve conseguir derrotar o chefe sem problema nenhum.


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