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Chapter 60: Problema

 Capítulo 60 – Problema

— Então, tenho algo para discutir.

Depois de terminar o cadastro do cartão de aventureiro, falei com a recepcionista.

— Sim, o que você gostaria de discutir?

— Estou procurando por uma aventureira chamada Agetha. Por acaso você a conhece? Inicialmente, vim até a guilda dos aventureiros para investigar o paradeiro da Agetha.

— Sinto muito, mas não, nunca ouvi falar dela.

Hmm... cem anos no futuro, a vampira Judite mencionou que Agetha foi a heroína que derrotou o Rei Demônio, então achei que ela fosse minimamente famosa. Parece que me enganei.

— Nesse caso, você sabe de algo sobre a heroína?

Mesmo que ela não conheça a Agetha, talvez saiba algo sobre a heroína.

— Será que o senhor Kiska está interessada em participar da guerra? Seria extremamente reconfortante ter alguém de ranking Platina envolvido.

— Que guerra é essa, exatamente?

— Bem, é a guerra entre o Exército da Heroína e o Exército do Rei Demônio, na região de Arianne, ao oeste.

Lembrei de ter ouvido algo sobre isso. Uma guerra gigantesca que aconteceu cem anos atrás entre o Exército do Rei Demônio e o Exército da Heroína. Lembro que o Exército da Heroína saiu vitorioso de forma decisiva, levando à derrota do Rei Demônio. A guerra foi batizada de “Batalha de Arianne”, por causa do local.

Então essa guerra ainda está acontecendo?

— Para participar da guerra, o que eu preciso fazer?

Considerando que Agetha, a Heroína, provavelmente vai participar dessa guerra, talvez entrar para esse conflito seja o jeito mais rápido de encontrá-la.

— Bem... acredito que eles estavam recrutando soldados...?

A recepcionista começou a procurar nos papéis por mais informações. Parecia que ia demorar um pouco, e enquanto eu esperava, ouvi um barulho alto quando uma grande porta se abriu e se fechou.

— Ouvi dizer que tem um aventureiro aqui que limpou a Masmorra de Katarov! Que se apresente agora mesmo!

Me virei e vi uma cavaleira de armadura parada ali. O aventureiro que limpou a Masmorra de Katarov… sou eu.

— Eu sei que você está aqui. Apareça e se apresente!

A expressão intensa dela era avassaladora, e eu hesitei se devia ou não dar um passo à frente. Será que não era melhor ficar quieto e fora disso?

— Ah, esse é o aventureiro que limpou a Masmorra de Katarov!

Quem apontou pra mim e falou isso foi o aldeão que tinha me guiado até a guilda. O aldeão estava ao lado da cavaleira, e provavelmente foi ele quem trouxe ela até aqui.

— É você. Por que não se identificou de imediato?

A cavaleira parou diante de mim e falou com uma expressão intimidadora.

— Hm, eu estava com pressa…

Pensei que devia inventar uma desculpa melhor, mas não consegui pensar em nada, então não tinha muito o que fazer.

— Tá bom. Não temos tempo a perder. Venha comigo.

Com uma atitude firme, a cavaleira agarrou meu braço à força. Tentei resistir, mas o aperto dela era forte demais. Não consegui me soltar. E assim, fui arrastado para fora da guilda dos aventureiros.

O lugar para onde ela me levou foi a entrada da Masmorra de Katarov. Lá, um grupo de mais ou menos seis pessoas — homens e mulheres — estavam reunidos. As idades, alturas e aparências variavam bastante, mas tinha uma coisa em comum entre todos. Sem exceção, todos carregavam armas imponentes.

Em outras palavras, esse grupo com certeza era de aventureiros.

— Eu o trouxe. O aventureiro que limpou a Masmorra de Katarov.

Disse a cavaleira, me apresentando para o grupo.

— Hmm, é esse aí? Não parece ser tão forte assim.

— Mas é reconfortante ter alguém que conheça masmorras. Ei, qual é o seu nome?
Um homem alto e bonito, com um olhar gentil, tomou a palavra.

— Eu sou Kiska.

— Kiska, hein. Na verdade, tem algo que eu queria muito te perguntar.

— E o que seria?

Eu não tinha muito tempo para atender pedidos agora, já que havia outras coisas importantes com as quais eu precisava lidar.

— Tá querendo dizer que devemos confiar nesse cara sem nem saber quem ele é!?
Quem interrompeu foi a cavaleira que tinha me trazido até aqui.

— Canaria, calma. Se quisermos a cooperação dele, precisamos conquistar a confiança primeiro.

— Me desculpe. Exagerei.

A cavaleira abaixou a cabeça e recuou. Pelo jeito como todos se comportavam, comecei a suspeitar que esse homem fosse o líder do grupo.

— Muito bem, Kiska. Quero te pedir um favor, mas preciso que mantenha isso em segredo.

— Entendido.

— Lembre-se, Kiska, estamos perseguindo alguém, e conseguimos rastrear essa pessoa até a Masmorra de Katarov. Sabemos que essa pessoa se refugiou nessa masmorra. Por isso, estávamos procurando alguém com conhecimento sobre o interior da masmorra, como você.

Entendi. Faz sentido que eu saiba mais sobre a estrutura da Masmorra de Katarov do que qualquer outra pessoa.

— Pode me contar mais sobre essa pessoa que vocês estão perseguindo?

Perguntei, curioso pra saber quem teria coragem de se enfiar numa masmorra dessas. Uma pessoa comum seria morta pelos monstros assim que entrasse. Então por que alguém entraria de livre e espontânea vontade num ninho de monstros? Enquanto me fazia essas perguntas, esperei a resposta deles.

O homem alto respondeu num tom calmo — e com uma revelação chocante.

— O Rei Demônio.

— Hã?

Fiquei sem palavras com aquela informação.

— E-e quem exatamente são vocês?

Perguntei, ainda meio desnorteado. Não consegui evitar de imaginar quem seriam essas pessoas que foram tão longe para perseguir o Rei Demônio.

— Se eu disser “a Heroína e seus companheiros”, isso faz sentido pra você? Parece que fui arrastado para algo extremamente problemático...

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