Capítulo 70 — Inconsciência
Quando abri os olhos, ainda estava dentro da masmorra. Eu simplesmente não conseguia encontrar motivação pra fazer nada e fiquei um tempo perdido em pensamentos. Apesar de todo o meu esforço pra queimar e destruir os restos do Lorde Demônio, tudo tinha sido em vão.
Mas não havia tempo pra ficar remoendo isso. Teve algo que eu ganhei com isso. Em primeiro lugar, agora eu sabia da existência do anel. Se eu conseguisse roubá-lo da Cavaleira Sagrada Canaria, havia uma boa chance de impedir a ressurreição do Lorde Demônio Zoga.
Com essa determinação, eu precisava começar a me mover. O primeiro passo era descobrir onde a Cavaleira Sagrada Canaria estava.
Depois de decidir meu plano, fui direto pra sala onde vários Bugbears fortemente armadurados apareciam, ganhando a habilidade "Aceleração" no processo. Na linha do tempo anterior, eu teria ido desse ponto até onde o Herói Eligion estava. Mas dessa vez, queria evitar encontrar com ele e procurar sozinho.
Com um pouco de sorte, eu encontraria a Cavaleira Sagrada Canaria durante a exploração.
— Achei ela…
Não consegui evitar de murmurar. Diante de mim estava a Cavaleira Sagrada Canaria. Ela estava num andar mais alto do que onde o Herói Eligion estava, perto da sala onde a Armadura Viva Dourada deveria estar. Naquela área, ela vasculhava sozinha.
Eu estava pronto pra atacar com a intenção de matá-la. Com determinação, avancei com a “Espada Flamejante” em mãos.
Um som metálico alto ecoou quando a espada dela bloqueou o golpe. Parece que meu ataque surpresa falhou.
— O que pensa que está fazendo, seu canalha?
Ela me lançou um olhar afiado.
— Se havia qualquer sinal de um ataque iminente, você deveria ter percebido.
Sem espaço pra conversa, respondi e continuei meu ataque.
— Hmph, que pergunta idiota. Não gostei de você desde o momento em que vi sua cara, e pelo jeito, meus instintos estavam certos.
Por dentro, xinguei essa traidora que se aliou ao Lorde Demônio.
A batalha com a Cavaleira Sagrada Canaria então começou.
— O que foi? Seus golpes estão fracos desde o começo.
A luta foi completamente unilateral.
E o motivo era simples: a Canaria era mais forte e mais ágil. A cada golpe que ela bloqueava, meu corpo era jogado pra trás, criando aberturas. Nessa situação, era natural que eu estivesse em desvantagem.
— Cala a boca.
Limpei o suor da testa e joguei as palavras ao vento.
Ainda tinha uma carta na manga.
— Aceleração.
A habilidade <Aceleração>, que eu havia acabado de adquirir, me permitia me mover em alta velocidade por um tempo limitado.
— O quê…?
Num instante, a Cavaleira Sagrada Canaria me olhou surpresa. E aí, como é ser pega por esse ataque? Dessa vez, você não tem chance.
Mas então veio um som de impacto — bem atrás de mim.
— Hã…?
Percebi que meu corpo se curvava numa direção inesperada. Alguém me atacou por trás. Quando entendi o que tinha acontecido, já estava colidindo contra a parede. Quem diabos foi…?
Pensei enquanto levantava a cabeça.
— Canaria está bem?
— Alteza, me desculpe por incomodá-lo. A culpa foi da minha incompetência…
— Canaria, não precisa se desculpar numa hora dessas.
A pessoa que falava com a Cavaleira Sagrada Canaria era o Herói Eligion.
Ah… entendi.
Até agora, eu tinha guiado o Herói Eligion até onde o Lorde Demônio Zoga estava.
Como eu não fiz isso dessa vez, ele acabou vindo até aqui.
Quando percebi isso… já estava perdendo a consciência.
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