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Chapter 71: Faça isso

 Capítulo 71 — Faça isso

— Foi um fracasso — murmurei ao retornar da morte.

Deixar o Herói Eligion de lado e atacar a Cavaleira Sagrada Canaria tinha sido um erro claro. Para o Herói Eligion, a Cavaleira Sagrada Canaria era uma companheira confiável, enquanto eu era só alguém que ele tinha acabado de conhecer — e que ele não confiava nem um pouco.

Se nós dois entrássemos em conflito, era óbvio de que lado o Eligion ia ficar.

Pra não cometer o mesmo erro, eu precisava guiar o Herói Eligion até o local onde o Lorde Demônio Zoga estava primeiro. Durante a batalha entre o Herói e o Lorde Demônio, eu poderia então mirar na Cavaleira Sagrada Canaria. Era necessário seguir esse plano à risca, sem desviar.

Lidar com o Herói Eligion era relativamente fácil.

A verdadeira questão era: eu conseguiria derrotar a Cavaleira Sagrada Canaria com o meu poder? Pelo que senti na nossa última luta, era claro que ela era mais forte do que eu. Meu rank era Platina, enquanto o dela era um nível acima — Diamante.

Mesmo assim, desistir agora seria prematuro.

Afinal, eu tinha a habilidade de "Salvar & Recomeçar". Eu podia repetir isso quantas vezes fosse necessário até conseguir vencer.

Desafiando a Cavaleira Sagrada Canaria pela segunda vez, comecei enviando o Herói Eligion até o local do Lorde Demônio Zoga.

— Vim acertar as contas! — exclamou o Herói Eligion, animado ao encontrar o Lorde Demônio Zoga. Depois de ver o início da luta, voltei rapidamente pelo caminho.

Com o Herói Eligion fora do caminho, finalmente podia atacar a Cavaleira Sagrada Canaria sem interferência.

— O que está tentando fazer?! — gritou ela, furiosa, e eu respondi com um ataque rápido.

— Eu sei que você é uma traidora!

Mesmo repetindo meus ataques várias vezes, no fim, fui morto pela Cavaleira Sagrada Canaria. Parece que dessa vez fui derrotado.

Mas eu nunca esperei vencer logo de primeira. Minha batalha estava apenas começando.

Na terceira tentativa, morri com uma estocada no coração vinda da Cavaleira Sagrada Canaria.

Na quarta, levei uma espadada na cabeça que danificou gravemente meu cérebro.

Na quinta, minha espada foi derrubada da minha mão e fui perfurado na garganta.

Na sexta, ela cortou minhas pernas, me imobilizou e, em seguida, decepou minha cabeça.

Na sétima, fui esfaqueado no coração antes mesmo da luta começar.

Na oitava, meus olhos foram perfurados, meu peito foi rasgado, e eu morri.

Na nona, mesmo lutando com tudo, acabei morrendo sangrando após levar uma estocada na lateral.

Na décima tentativa… morri.

Morte, morte, morte... e assim por diante, por quase 100 tentativas.

Mais uma vez, eu estava prestes a desafiar a Cavaleira Sagrada Canaria.

Já perdi a conta de quantas vezes morri. Talvez já tenha sido perto de cem vezes que a Cavaleira Sagrada Canaria me matou. Mas, a cada repetição, eu fui chegando mais perto. Só mais algumas tentativas e eu tenho certeza que consigo derrotá-la.

A Cavaleira Sagrada Canaria se aproxima do outro lado. Ainda não notou a minha presença, então só tem uma coisa a fazer: um ataque surpresa em vez de um “oi”.

— Nghh!

A Canaria se assusta com meu aparecimento repentino. Não hesito e balanço minha “Espada Flamejante”. Aponto pro joelho dela e faço um golpe baixo.

Como planejado, ela perde o equilíbrio — mas não posso me descuidar. Eu sei que ela vai revidar com um golpe vertical; afinal, já lutei com ela centenas de vezes.

Dou um passo largo pro lado e sigo com um corte giratório na vertical. Eu sei que há uma abertura na armadura dela, ali no ombro. E também sei exatamente como me posicionar pra aproveitar isso.

— Urgh!

Ela geme e cai de costas. É agora! Essa é a maior abertura que consegui até agora. Não posso deixar passar.

— Aceleração!

Usando minha habilidade, aumento minha velocidade por um tempo. Com essa vantagem, corto rapidamente o braço direito dela.

Crack! O braço direito dela, junto com a espada, cai no chão. Consegui! Por dentro, é impossível conter a alegria. Uma espadachim sem o braço direito tá praticamente indefesa. Essa vitória é minha!

— SEU DESGRAÇADOOOO!!

A Cavaleira Sagrada Canaria gritou como se a garganta não importasse mais. Seu rosto estava coberto de veias saltadas, completamente tomada pela raiva.

— Toma essa!

Eu, por outro lado, estava com um sorrisinho confiante no rosto. Mas por mais furiosa que ela estivesse… não havia como ela virar o jogo.

— Faça isso, Marionetista.

Em condições normais, não haveria chance de um contra-ataque.

— Hã?

Do lugar onde estava o braço direito dela, uma entidade sombria e distorcida começou a crescer. A sombra escura se expandiu e se transformou numa mandíbula gigantesca.

— Pode devorar.

A Cavaleira Sagrada Canaria deu a ordem sem emoção alguma. No instante seguinte… fui devorado pelo Marionetista.


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