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Chapter 75: Marionetista

 Capítulo 75 — Marionetista

Diante de mim estava o guerreiro Gorgano, empunhando uma foice negra.
Um Marionetista de Foices Parasitárias…?
Isso é parecido com o parceiro do Marionetista da Espada Parasitária? Se ele é aliado da Cavaleira Sagrada Canaria, não seria surpresa ele usar armas parasitárias parecidas, certo?

— Tô numa sinuca de bico. Ter aquele anel roubado é bem problemático. Pode atrapalhar nossos planos.

— E por “planos”, você quer dizer ressuscitar o Lorde Demônio?

— …Você sabe até demais. Deveria ser mais cuidadoso.

Ao dizer isso, Gorgano ergueu o Marionetista da Foice Parasitária. Parece que não tem outro jeito além de lutar. Minha estamina já tava bem drenada depois da batalha com a Cavaleira Sagrada Canaria, mas ainda consigo lutar. Então, tenho boas chances de vencer.

— Marionetista, vamos com tudo desde o começo.

— Sim!

— Beleza, mestre.

— Ei, não tem graça se for com tudo assim.

— Cala a boca e obedece, Marionetista.

Depois dessa troca esquisita entre Gorgano e o Marionetista, Gorgano falou:

— Azi-Dahaka Três Mandíbulas Resiliente!

Num instante, o Marionetista se transformou numa criatura grotesca com três cabeças. Me lembrei da terceira forma do Marionetista da Espada Parasitária, o “Predador Implacável”. A criatura diante de mim parecia muito com o “Predador Implacável”.

— Oh…?

Percebi tarde demais. O Marionetista da Foice Parasitária havia estendido tentáculos enormes para lançar um ataque — e eu nem consegui perceber quando.
Quando vi, já tava rolando no chão.

— Esse aqui é fraco, hein?

— Muito fraco.

— Nem dá graça.

Quando levantei o olhar, várias mandíbulas do Marionetista da Foice Parasitária estavam tagarelando.

— Ei, não falem tanto.

Disse o guerreiro Gorgano, e o Marionetista respondeu:

— Sim!

— Vamos tomar cuidado!

Diante daquela cena bizarra, fiquei paralisado por um instante.
Eu tenho mesmo que derrotar isso…?
A ansiedade me dominou, mas não podia ficar parado. Então juntei coragem e empunhei minha espada para encarar o desafio.

— Amu!

De repente, ouvi uma voz.
Quando percebi que era a voz do Marionetista da Foice Parasitária, meu braço direito — espada e tudo — já tinha sido devorado.

— Agaaaahhh!

A dor foi tão absurda que me fez gritar. O que acabou de acontecer…?
Olhei, atordoado, pro sangue jorrando do meu braço decepado.

— Ei, tá gostoso?

— É bem duro… Por que será? Talvez porque comemos a espada também?

— Sortuda! Também quero comer!

O Marionetista da Foice Parasitária continuava conversando animadamente com suas três bocas.

— Então, vamos comer o resto.

Disse o Marionetista, se aproximando de mim.

— P-por favor, para…

Eu já tinha perdido completamente a vontade de lutar. Afinal, perdi minha arma e meu braço direito de vez. Não havia mais chance de vencer.
Eu tinha certeza que seria brutalmente morto em instantes.

— Bom apetite!

O Marionetista da Foice Parasitária abriu uma das bocas enormes, exibindo presas afiadas.

— Pare com isso, Marionetista.

Ao ouvir aquela voz, os movimentos do Marionetista da Foice Parasitária cessaram.

— Por quê? Não podemos comer ele? — Tô com fome!

— Me escutem.

O guerreiro Gorgano os repreendeu com firmeza.

— Fazer o quê… — Você é tão pão-duro.

Obedecendo à ordem de Gorgano, o Marionetista da Foice Parasitária recuou com relutância.

— Ei, Gorgano! Por que você impediu de matar ele!?

Quem falou foi a Cavaleira Sagrada Canaria.

— Canaria, esse aí pode ter potencial pra ser um apóstolo do herói.

— Besteira! Não tem como isso ser verdade!

— Escute, pra cumprir os desejos do Senhor, temos que considerar todas as possibilidades.

Um apóstolo do herói? O que é isso? Me perguntei enquanto ouvia a conversa deles.

— Ei, quem é você?

O guerreiro Gorgano me agarrou pela gola e me ergueu, fazendo a pergunta. O que eu devia responder?

— Sou Kiska, mas…

Sem saber o que dizer, só revelei meu nome.

— Tch, parece que você não vai responder direito.

Dizendo isso, o guerreiro Gorgano me lançou longe. O impacto me fez cuspir sangue, e senti a consciência começando a apagar.

— Se você for mesmo um apóstolo do herói, te matar pode dar mais dor de cabeça.

Do que eles tão falando…? Pensei, mas não tinha forças pra responder.

— Por isso, vou selar você.

No momento em que ouvi essas palavras, minha consciência mergulhou na escuridão.


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