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Chapter 91: Na noite anterior

 Capítulo 91 – Na noite anterior

Graças aos esforços do Grande Sábio Aglupus e de outros soldados, a capital de Larrichmond foi defendida com sucesso.

À medida que o sol começava a se pôr, o exército do Rei Demônio iniciou sua retirada. No entanto, não foi uma derrota completa, e era bem provável que eles lançassem outro ataque no dia seguinte.

— Nyau…

— Você tá acordada!? Nyau.

— Sim. Hm, onde é que eu tô…?

— Esse é um quarto de hotel. O Grande Sábio Aglupus mandou preparar esse lugar pra você. Ele disse que é o melhor quarto do hotel.

— É mesmo…? Agora que você fala, o quarto realmente é bem luxuoso.

Como recompensa por sua contribuição na guerra, Nyau recebeu o quarto mais luxuoso do melhor hotel do país.

— E então, como tá a situação da guerra?

Depois que Nyau desmaiou, eu contei pra ela tudo o que aconteceu. Como conseguimos resistir, a retirada do exército do Rei Demônio ao anoitecer, e a grande chance de que eles voltassem no dia seguinte.

— Amanhã, é bem provável que eles ataquem com uma força ainda maior do que a de hoje. Então, tudo indica que o clímax será amanhã.

— Entendi…

Nyau assentiu e ficou em silêncio, com uma expressão pensativa, provavelmente refletindo sobre a guerra à sua maneira.

— Por agora, que tal a gente comer alguma coisa? Você deve estar com fome.

— Sabe, agora que você mencionou, tô mesmo com um pouco de fome.

Depois disso, Nyau e eu comemos a refeição que nos foi servida.

— Recuperou um pouco das energias?

Depois que comemos, perguntei.

— Sim, tô me sentindo bem melhor agora. Acho que consigo lutar de novo amanhã.

— Que bom. Só não se force demais, tá?

— Não vou.

Depois de dizer isso, Nyau encostou de repente no meu ombro.

— Kiska… você já previu o futuro antes, né?

— Ah, aquilo. Sim, já aconteceu uma vez.

Ela provavelmente estava se referindo à minha previsão anterior sobre a traição da Cavaleira Sagrada Canaria e do Guerreiro Gorgano.

— Você sabe se a gente vai vencer essa guerra, Kiska?

— Bom, nem eu tenho como saber isso com certeza.

Apesar de dizer isso… eu já sabia. Com base na batalha de hoje, vencer seria difícil. A gente conseguiu aguentar hoje, mas havia uma grande chance da cidade cair amanhã. E provavelmente ninguém sabia disso melhor do que a própria Nyau.

— Hm… Kiska, tem uma coisa que eu tô curiosa…

— O quê?

— Quem é a Agetha-san?

Ah, isso. Eu andava perguntando por aí, tentando descobrir se alguém conhecia a Agetha. Era natural que Nyau, que estava sempre ao meu lado, acabasse ficando curiosa sobre ela.

— Bem, é o seguinte…

Fiquei meio sem saber como explicar, mas acabei respondendo.

Explicar sobre a Agetha pra alguém era realmente complicado.

— A Agetha pode ser a última esperança pra salvar a humanidade. É por isso que eu tô procurando por ela desde sempre, mas até agora não consegui encontrar.

— Entendo…

— Você não ficou satisfeita com essa resposta?

Achei que tinha sido vago demais, então perguntei.

— N-Não é isso. Eu só… só achei que talvez a Agetha-san fosse sua namorada ou algo assim…

— Haha, eu não tenho namorada.

Respondi rindo, achando engraçado alguém pensar que a Agetha era minha namorada. Ah, agora que lembro, o Herói Eligion também pensou a mesma coisa.

— Que surpresa. Eu pensei que você era tão legal que não só teria uma namorada, como talvez até fosse casado…

— E você, Nyau?

— E-Eu? Eu não teria coragem de ter um namorado…

— Entendi.

Hã? Por algum motivo, quando ouvi que a Nyau não tinha namorado, senti uma alegria estranha dentro de mim.

Depois disso, nós dois ficamos em silêncio. Ninguém disse mais nada. Foi um momento tranquilo… e eu não pude evitar pensar: “Por que será que o clima ficou assim?”

— U-Um…!

Quem quebrou o silêncio foi a Nyau.

— Kiska! Eu tenho um pedido pra fazer…

Enquanto falava, o rosto dela ficou vermelho e os olhos marejados.

— Bem, é que… se depois dessa batalha, n-n-n-n-n-n-n-n-n-n-n…

— Ei, você tá bem?

Ela fez um som estranho e travou. A testa suada, totalmente nervosa.

Mas eu entendi o que ela queria dizer.

Eu já sabia que Nyau tinha sentimentos por mim. E quando alguém gosta de outra pessoa, geralmente só tem uma coisa que quer dizer.

Então, eu decidi dizer por ela.

— Ei, Nyau. Quer se casar comigo?

Tentei falar da forma mais calma possível, mas por dentro, meu peito tava queimando de ansiedade.

Dava pra perceber fácil o que Nyau ia dizer. Provavelmente era algo como “Depois da batalha… você se casaria comigo?” E se ela tivesse dito isso, eu responderia sem hesitar: “Sim”.

Então eu decidi me antecipar.

Afinal… eu gostava da Nyau. Mais do que isso, eu queria realizar o desejo dela antes que ela fosse encarar o perigo amanhã.

— Ugh… ugh… Kiska, aaaaaaaah…

De repente, Nyau começou a chorar.

— Ei, não chora.

— Desculpa. Mas, mas… i-isso…

— Calma. Eu tô aqui. Respira fundo e me dá sua resposta com calma.

Com essas palavras, Nyau assentiu com firmeza.

E então…

— Eu te amo. Eu te amo mais do que qualquer coisa nesse mundo. Então, por favor, cuide de mim.

Ao ouvir isso da Nyau, meus sentimentos por ela transbordaram.

— Eu também te amo!

E, dizendo isso, abracei ela com força.

No instante em que a abracei, percebi como ela era leve. O corpo dela parecia tão delicado, como se pudesse se quebrar com facilidade. Mesmo com meus braços ao redor dela, ainda havia espaço.

Eu queria sentir o calor dela com todo o meu corpo, então a apertei ainda mais.

— Kiska, tá apertando…

Mesmo dizendo isso, eu não conseguia soltar.

Eu queria que o tempo parasse ali.

Amanhã, eu… e provavelmente a Nyau também… iríamos morrer. Quando eu morresse, o tempo voltaria mais uma vez. E se o tempo voltasse, nosso relacionamento provavelmente seria resetado. Ou mesmo que não fosse, não estaríamos juntos.

Afinal, eu sou alguém que veio de cem anos no futuro. Mais cedo ou mais tarde, eu teria que voltar pra esse tempo.

— Por que Kiska tá chorando…?

— Hm… bom…

Foi só quando ela perguntou que percebi que eu estava chorando.

— Eu tô chorando de tanta felicidade.

Sabia que não era toda a verdade. Mas foi a única resposta que consegui dar.

Acordei. Era de manhã. Olhei pro lado, e a Nyau estava dormindo tranquilamente, roncando baixinho. Instintivamente, estendi a mão e toquei no cabelo dela.

Tão sedoso…

— Ah… Kiska.

— Foi mal, te acordei?

— Não, já tava pensando em levantar mesmo.

Dizendo isso, ela começou a sair da cama.

— Nyaa!

Ela deu um grito e se enfiou de volta debaixo das cobertas.

— O que foi?

— É que… eu esqueci que tava pelada.

Ah, é mesmo. A gente acabou dormindo assim ontem à noite.

— Tá com vergonha?

— Bom, é… tô sim.

— Mesmo depois do que a gente fez ontem?

— Ugh, nem me lembra disso. Eu fiquei morrendo de vergonha.

Enquanto dizia isso, ela ficou toda vermelha e se encolheu na cama.

— Você é tão fofa.

— E-Ei, Kiska! Que que cê tá fazendo de repente? Aah!

Mesmo agora, o tempo continua passando.

Logo, a última batalha vai começar.


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