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Chapter 118: Encontro

 Capítulo 118 – Encontro

No dia seguinte, conforme prometido, Agetha e eu saímos para o nosso encontro.
A atmosfera de vitória ainda pairava no ar, e as pessoas que passavam pareciam levemente festivas.

— Nee, Agetha.

— O que foi?

Agetha, andando ao meu lado, virou o rosto na minha direção.

— Você tem dinheiro ou algo assim?

— Tenho, sim.

Enquanto respondia, Agetha invocou uma “Caixa de Itens” da mão. Algumas moedas saíram de lá.

— É meio chato dizer isso, mas eu não tenho muito dinheiro. Quando fui falsamente presa na masmorra, não recebi nenhum pagamento. Depois disso, mesmo tendo conseguido sair de lá, não tive como arranjar dinheiro.

— Não precisa se preocupar com isso. Eu tenho bastante.

Fazer ela pagar seria meio patético. Pelo menos, escoltar ela eu podia. Estava preparado pra isso. Ontem mesmo, perguntei a um dos criados do palácio real sobre um lugar recomendado.

— Ainda não tá com fome?

— Não, acabei de tomar café da manhã.

Aliás, o café da manhã foi trazido até meu quarto por um criado do palácio.

— Você se interessa por teatro ou algo assim? Tem um teatro bem famoso aqui na capital.

— Sério? Pode ser legal, quero ir sim!

— Então, vamos pra lá agora mesmo.

Ontem, ouvi de um dos criados que o teatro da capital era o lugar de encontro mais popular.

Então, Agetha e eu seguimos para o teatro.

— Sinto muito mesmo.

A recepcionista falou, fazendo uma reverência.
Quando perguntamos sobre ingressos pro dia, já estava tudo lotado e esgotado.

— Hmm, e amanhã? Ainda tem lugar?

— Amanhã também está totalmente reservado.

— E quando vai ter vaga?

— Bem... no mínimo, daqui a seis dias.

A recepcionista respondeu, meio sem graça. Esperar seis dias parecia um pouco demais.

— O que a gente faz, Agetha?

A gente nem tinha decidido o que ia fazer depois disso. Podíamos ficar mais seis dias na capital ou partir pra outra cidade amanhã. Disseram que podíamos ficar no palácio real por seis meses ou até um ano, então seis dias a mais não seria um problema.

— Se você quiser ver, por mim tudo bem.

— O que eu quero saber é se você quer ver, Agetha.

A Agetha costuma sempre concordar comigo. Embora isso seja fofo, às vezes eu queria mesmo ouvir a opinião dela.

— Hmm... é que, estando com o Kiska, qualquer coisa me deixa feliz, então se você me pergunta, fica difícil responder...

Agetha disse. Quando ela solta essas coisas, eu fico até meio envergonhado. Fico me perguntando o quanto ela gosta de mim.

— Então vamos aproveitar essa chance rara e assistir juntos.

— É.

Assim, reservamos ingressos pro teatro dali a seis dias.

Depois disso, almocei com a Agetha num restaurante popular entre os criados da capital, como recomendaram. Em seguida, a gente ficou andando pela cidade sem rumo.

Como se espera de uma capital, a variedade de produtos era imensa, e só de olhar em volta já era divertido.

Como o jantar seria servido no palácio, voltamos antes da hora da refeição.

— Podemos entrar?

Depois de passarmos um tempo relaxando no quarto após o jantar, ouvimos uma batida na porta. Ao abrir, demos de cara com o Príncipe Eligion e seu criado.

Pelo visto, o jantar era servido separadamente, em quartos de acordo com o status, e como a gente comeu num quarto de hóspedes, não tivemos chance de ver o Príncipe Eligion antes.

— Tenho um pedido para a Heroína Agetha.

— Qual é?

— Vamos realizar uma cerimônia de triunfo em breve, e gostaria de saber se você aceitaria participar.

Provavelmente a Agetha tinha recusado o convite anterior para essa cerimônia.

— Bem, eu sei que você recusou antes, mas estou pedindo de novo. Como vamos mesmo realizar a cerimônia, queria muito que você, como heroína, participasse. Acredito que os cidadãos ficariam felizes com sua presença.

Mesmo com as palavras convincentes do Príncipe Eligion, Agetha fez uma expressão de quem não queria participar de jeito nenhum.

— Bom, se você não quiser participar, poderia nos dizer o motivo?

O Príncipe Eligion, percebendo o desconforto dela, perguntou gentilmente.

— Eu não quero chamar atenção. Se descobrirem que sou a heroína, até andar pelas ruas vai atrair olhares. E se isso acontecer, vai ser um saco de lidar.

— Entendo. Nesse caso, tudo bem usar uma máscara durante a cerimônia. Assim, mesmo que você ande por aí depois, ninguém vai saber que é a heroína. Que tal?

Agetha pareceu desconcertada. Aparentemente, ela não esperava uma solução tão personalizada como essa.

— A propósito, quando é a cerimônia de triunfo?

— Daqui a seis dias.

Seis dias depois. Agora que penso, a peça que vamos assistir também é nesse dia.

— Infelizmente, já tenho compromisso nesse dia, então não vou poder participar da cerimônia.

— Que compromisso?

— Vou assistir a uma peça. Já comprei os ingressos.

Agetha respondeu, mostrando orgulhosamente os bilhetes.

— Entendi. Realmente, é no mesmo dia.

Disse o Príncipe Eligion, levando a mão à testa, pensativo.

— Tudo bem, vamos remarcar o teatro pro dia seguinte.

— Dá pra fazer isso?

— Sou um Príncipe. Se eu falar com o teatro, eles trocam os ingressos na hora.

O jeito descontraído do Príncipe Eligion sempre fazia a gente esquecer que ele era um membro da família real. Bom, trocar ingressos deve ser fácil pra alguém do nível dele.

— Não precisa. Eu quero assistir à peça daqui a seis dias.

— Entendo... Mas a data da cerimônia realmente não pode ser alterada.

Enquanto falava, o Príncipe Eligion olhou pros ingressos do teatro. Então, como se tivesse percebido algo, falou:

— Esses lugares são com visão obstruída, não são?

— Visão obstruída?

— Você comprou esses ingressos hoje, por acaso?

— Sim, comprei.

— Sabia. Esses assentos são famosos por ficarem no canto, bem atrás de uma coluna enorme. São conhecidos como “assentos com visão obstruída”. Dali, vocês não vão ver nada.

— Sério...

— O teatro da capital é super concorrido. Dizem que tem que reservar com seis meses de antecedência. E mesmo assim, o único motivo de ainda ter ingresso pra daqui a seis dias foi porque coincide com a cerimônia. E ainda assim, só restaram os lugares ruins.

Fiquei surpreso ao saber que o teatro era tão popular assim.

— Mas, como Príncipe, posso arranjar assentos premium para vocês dois, sete dias depois. Vai ser numa sala privativa no terceiro andar, com a melhor vista possível.

— Assentos premium?

— Sim, são bem no meio do terceiro andar, com a melhor visão, e é uma sala só pra vocês dois.

A palavra “sala privativa” claramente mexeu com a Agetha — os olhos dela brilharam.

— Claro, a condição para conseguir esses assentos é você participar da cerimônia de triunfo.

Apesar dos assentos premium serem bem tentadores, a ideia de participar da cerimônia ainda deixava Agetha hesitante.

— Príncipe Eligion, eu posso participar da cerimônia também, certo?

— Claro, Kiska. Você também teve um papel importante. Ficaria muito feliz se pudesse participar.

Entendi. Nesse caso—

— Agetha, que tal participar da cerimônia comigo? O Príncipe Eligion foi super atencioso com a gente, ajudou bastante, nos ofereceu até assentos premium, estadia no palácio, jantares... talvez seja bom retribuir, né?

— É... Se o Kiska for comigo, tudo bem.

Agetha concordou.

— Ótimo, então está decidido.

O Príncipe Eligion assentiu, satisfeito.

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