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Chapter 119: Cerimônia de Triunfo

 Capítulo 119 — Cerimônia de Triunfo

Depois disso, fiquei livre para aproveitar meu tempo até o dia da cerimônia de triunfo. Passei a maioria dos dias passeando pela cidade com a Agetha.
De vez em quando, aconteciam batalhas simuladas improvisadas com o Espadachim Supremo. Em outro dia, fui caçar com o Príncipe Eligion, que havia me convidado. Nesse dia, a Sábia Nyau também nos acompanhou. Parece que ela estava hospedada no palácio para participar da cerimônia.

— Eu investiguei a Cavaleira Sagrada Canaria. De fato, ela é da Vila Luna.

— É mesmo…

Anteriormente, a Cavaleira Sagrada Canaria havia dito que era da Vila Luna. Talvez o Príncipe Eligion tenha investigado para confirmar se isso era verdade.

— Ela era muito respeitada como uma guerreira forte na Ordem dos Cavaleiros e tinha a confiança de todos ao redor. Por isso eu também confiava nela. Mas fico pensando… o que será que ela sentia enquanto trabalhava sob meu comando?

Era evidente que a Canaria guardava um rancor profundo do Príncipe Eligion. Mesmo assim, ele não parecia disposto a falar sobre isso abertamente.

— Hm… será que eu posso perguntar o que aconteceu na Vila Luna?

Hesitei por um instante, sem saber se era certo fazer esse tipo de pergunta, mas criei coragem e mandei ver.

— …Eu te devo uma, então claro, vou explicar.

Com essas palavras, o Príncipe Eligion começou a contar.

— A vila inteira sofreu represálias por colaborar com forças demoníacas.

— Isso é verdade…?

— Sim. Parece que os moradores estavam abrigando vários demônios, dando comida e proteção para eles.

— Entendi…

Colaborar com demônios é considerado um crime grave.

— A descoberta aconteceu quando outra vila foi atacada por esses demônios. Por causa disso, várias pessoas perderam a vida.

— Então, a Vila Luna foi punida por causa disso…

— É. Sua Majestade ficou furioso, e essa foi a decisão tomada.

— E Eligion-sama também participou?

— Sim. Como comandante, eu liderei os soldados. Mas eu era jovem na época e não consegui fazer muita coisa. Sua Majestade queria crédito e me forçou a liderar.

— Entendi…

Era um fato que vidas foram perdidas por causa da colaboração dos moradores com demônios, e levando isso em conta, a punição parecia inevitável.

— Eu acredito que a punição foi um erro.

O Príncipe Eligion afirmou sem hesitação.

— Colaborar com demônios é realmente um crime grave, mas não havia necessidade de matar mulheres e crianças inocentes. Naquela época, eu deveria ter impedido meus subordinados de exagerarem.

Ao dizer isso, Eligion tinha uma expressão de dor no rosto.

Eu não conseguia imaginar exatamente o que aconteceu na Vila Luna. Mas pela expressão dele, dava pra ver que foi algo bem cruel.

Pensei que ele devia ser uma boa pessoa, observando o Príncipe Eligion.

O dia da Cerimônia de Triunfo chegou. Estavam presentes não só pessoas conhecidas, como o Príncipe Eligion e Agetha, mas também muitos soldados que haviam lutado contra os demônios. Além disso, o corpo do Rei Demônio Zoga estava preso a um pilar, exposto como um espetáculo.

Embora seja comum que os participantes andem durante a cerimônia, alguns, como o Príncipe Eligion, seguiam em carruagens abertas.

— Heroína Agetha, quero que você monte nisso. Os heróis devem se destacar mais.

Ao dizer isso, o Príncipe Eligion nos mostrou um demônio gigantesco, tão grande que era preciso olhar pra cima pra ver direito. Fiquei completamente surpreso — nunca imaginei que iríamos montar num demônio.

— É um Lagarto de Areia. Um demônio bem dócil, que obedece direitinho os comandos humanos.

— Mas eu não quero chamar atenção…

— Tá tudo bem. É por isso que você tá usando máscara, não é?

Agetha usava uma máscara preta ornamentada, do tipo que se usa em um baile de máscaras. Aliás, eu também estava usando a mesma máscara, já que ela tinha pedido máscaras combinando. Não tinha nenhum significado profundo por trás disso.

Então, montando juntos no Lagarto de Areia, começamos a acenar para o público. Achei que não seria tão cansativo, mas surpreendentemente era.

— Kiska, você tá bem?

— Tô meio cansado. Só ficar acenando com a mão já é mais cansativo do que parece.

— É, eu já sabia disso pela experiência.

— É mesmo?

Ser heroína talvez envolva esse tipo de coisa com mais frequência.

— Mesmo assim, a popularidade da heroína é inacreditável.

Olhando pra baixo, dava pra ver o público agitando os braços com tudo na nossa direção.

— É por isso que eu não gosto disso. Se a gente não estivesse usando máscara, acho que nem conseguiríamos mais andar pelas ruas a partir de amanhã.

— Com certeza.

O entusiasmo do povo pela heroína era fora do normal. Consegui entender por que a Agetha estava tão relutante em participar da cerimônia.

— Espero que o amanhã chegue logo.

— É…

Afinal, amanhã é o tão esperado dia de irmos ao teatro.


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